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"Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem."

Mario Quintana


quinta-feira, 19 de maio de 2016

Produção de texto - 6º ano: Somos todos maluquinhos

Produção de texto - 6º ano: Somos todos maluquinhos

Durante o primeiro bimestre, nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura, os alunos do 6º ano estudaram o gênero textual "Contos". Descobriram que, quando esses contos são contados oralmente, são chamados de "causos". Também assistiram ao filme "O menino maluquinho" e conheceram a biografia de Ziraldo. Para encerrar o conteúdo, foi proposto que fossem fotografados caracterizados de "meninos maluquinhos" e que produzissem um texto, coletivamente, no que prontamente concordaram. Está pronto. Ficou caprichado e por isso merece ser divulgado no blog. As fotografias estão lindas!!! Parabéns turminha, meus amados "maluquinhos". Prof. Leila.

SOMOS TODOS MALUQUINHOS

Esse causo que eu vou contar diz que realmente aconteceu. Foi há muitos anos, numa escola localizada numa cidadezinha do interior de Santa Catarina.
A piazada que estudava no 6º ano aprontava todas: colocavam cadeira atrás dos professores, só para ver o tombo; rasgavam os mapas expostos na sala; jogavam bolas de papel com cuspe na cabeça dos colegas e professores; penduravam-se nas grades (e um deles um dia até entrou na que serve de proteção para a televisão); fugiam para se banhar no rio; colocavam ovos na cadeira dos professores, só para ver o lambuze. E isso não é nem a metade do que faziam. Eles eram danados.
Mas, aconteceu um dia que a turma realmente acreditou que iria se dar mal, porque na escola chegaria um novo professor. Domingos era temido em todas as escolas em que havia trabalhado e a sua fama de carrasco já se espalhava por toda a redondeza. Além disso, a diretora já havia aplicado diversos castigos, como: limpar a escola; carpir a horta, escovar e pintar as paredes, ficar sem lanche, sem intervalo, sem...sem...sem..., mas nada resolvia. Dessa forma, a chegada do professor era também bastante esperada por ela.
Então, finalmente chegou o dia: o professor Domingos apresentou-se na escola. Para a surpresa de todos, que imaginavam um homem sisudo e cheio de si, antipático, mal-humorado e pouco sociável, a figura do professor pareceu, à primeira vista, muito diferente: era um homem alto, esbelto, olhos azuis, cabelos castanhos e bem penteados e vestia calça jeans e jaleco.
Ao entrar na escola, naquele dia chuvoso, uma deslizada no primeiro degrau da escada, e o homem foi abaixo. A cena paralisou a todos os que viram. Imediatamente o professor estava em pé novamente, retomando o sorriso que trazia estampado no rosto e recolhendo os materiais que estavam espalhados pelo chão encharcado.
O tombo causou-lhe um pequeno atraso e por isso o professor não pôde conversar com a diretora antes de entrar na sala para a sua primeira aula, para onde foi gentilmente conduzido pelos alunos do 6º ano.
A Diretora nem se preocupou, pois tinha ótimas referências do professor Domingos e confiava em sua seriedade. Ela não havia presenciado o tombo, já que estava ocupada com alguns alunos do 6º ano, resolvendo algumas situações, pois no dia anterior um aluno havia pulado ado muro, em cima do cachorro de estimação da Dona Zezé, moradora vizinha da escola, e a mesma estava inconformada.
O professor, então, entrou na sala do 6º ano, num tropeço daqueles, que nem te conto. Mas alunos controlaram-se para não rir, pois sabiam da fama do professor. Ao se recompor daquela cela, ele cumprimentou os alunos com um agradável “boa noite”. Isso mesmo, estava tão encabulado com o que lhe acontecera, que até no horário se perdeu. Os alunos não ousaram em dizer “bom dia” e em coro responderam “boa noite”.
Todos maluquinhos, não acha?
E o pior é que o professor nem percebeu o que tinha acontecido.
Bom, era hora de se apresentar. Quando foi falar, o professor ficou tão nervoso, mas tão nervoso, que a fala saiu mais ou menos assim:
- Do do do do...do...do Domingosatim! Na verdade, ele era alérgico e um espirro libertou a palavra que estava engasgada na garganta. Porém, ninguém presenciando aquela cena era capaz de rir, afinal, eles sabiam que precisavam respeitar aquele momento. Os alunos se entreolharam, boquiabertos.
Sentou-se. Não, espere aí. Na verdade, ele tentou, mas a cadeira escorregou e lá se foi o jovem professor, novamente ao chão.
Nesse momento ninguém mais segurou o riso e a gargalhada tomou conta da turma. Teve um menino que riu tanto, mas tanto, que chegou a ficar tonto e desmaiou, no que foi socorrido pelos colegas, com um copo de água jogado na cabeça.
Ouvindo aquela confusão, a diretora entrou na sala, não entendendo nada.
Ela era uma mulher bem jeitosa. Morava sozinha e cuidava da sua aparência como poucas. Estava sempre bem maquiada, porém, naquela manhã, a forte chuvarada veio acompanhada de trovoadas e numa delas a queda de energia impossibilitou a bela dama de concluir a sua maquiagem. Dessa forma, quando os alunos se depararam com a sua presença, no meio daquela gargalhada toda, com apenas um olho sombreado, nem a sua cara de indignação conseguiu parar os alunos, que quanto mais a olhavam, mais riam.
O professor olhou em seus olhos e também não se conteve, puxou um espelho do bolso e o entregou nas mãos da diretora, que, ao refletir seu rosto nele, gritou tão alto, mas tão alto, que o espelho se partiu. E a gargalhada também.
A diretora espantada com a presença daquele homem desconhecido, disse:
- Quem é você e o que está fazendo aqui? Onde está o professor Domingos?
Os alunos ficaram surpresos, pois imaginavam que aquele era o professor Domingos.
O homem, então, mais calmo, se apresentou:
- Eu sou o Fernando, estou aqui substituindo o professor Domingos e fui encaminhado pela secretaria de educação. O professor Domingos não pôde vir hoje, pois está com conjuntivite. Na verdade, não sou professor, sou bibliotecário, e ao chegar à escola, fui conduzido pelos alunos até a sala.
A diretora compreendeu tudo e naquele dia os alunos não tiveram aula, pois ficaram ouvindo os causos contados pelo Fernando.
Naquela escola cada dia um fato diferente acontecia. Depois desse dia ainda aconteceram outras esquisitices. Diz que tinha um escritor que inventou um personagem que usava panela na cabeça e que por isso ficou muito famoso.  E que um dia apareceu uma professora tão maluca, que resolveu colocar uma panela na cabeça dos alunos e, pior que isso, na dela também.
Esse causo foi contado pelo Fernando e, naquele dia,  foi o que mais causou gargalhadas entre a piazada. Ele se tornou um grande amigo da turma e os visitava com frequência, sempre contando causos novos.
Bom, no final das contas, a conclusão a que chegaram não poderia ser diferente:

SOMOS TODOS MALUQUINHOS!!!

Autores: Alunos do 6º ano.
Maio/2016.
Alexsandro

Cristian

Dieinimara

Eduardo

Eloiza

Fabíula

Gabriel

Gustavo

João

Adryel

Laira

Lanna

Larissa

Leticia

Liedson

Mariana

Matheus

Murilo

Paola

Rodrigo

Simone

Uigor

Victório

Willian

Amanda

Erick

Tainara

Lucas

Prof. Leila